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JORNAL GAZETA MERCANTIL, 24 DE AGOSTO DE 2000."ESTRESSE E ANSIEDADE SÃO AGENTES CAUSADORES DO MAU HÁLITO"

Considerada pela maioria das pessoas somente como uma situação desagradável, a halitose (mau hálito) pode ser o primeiro sinal de que algo vai mal no organismo. Segundo a cirurgiã dentista Jacqueline Chaves Duarte Palhares, especialista em Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Halitose, cerca de 30% da população mundial sofre deste mal. O que é mais preocupante, na avaliação de Jacqueline Palhares, é que esse número tende a aumentar, em função do stress, dos maus hábitos alimentares e da qualidade da vida contemporânea.
Com cerca de 50 causas, a halitose pode ser prevenida através de alguns procedimentos diários e uma dieta alimentar saudável. Segundo a dentista, a escovação correta dos dentes três vezes ao dia, o uso do fio dental e do raspador de língua devem ser procedimentos de rotina.

Além disso, combater o stress e a ansiedade, bem como evitar alimentos gordurosos, frituras e aqueles ricos em enxofre (ovo, repolho, brócolis, couve, couve-flor) são modos de prevenir a halitose.
Hoje em dia o stress acaba sendo uma importante causa do mau hálito, porque ele diminui o fluxo salivar”, afirma Jacqueline Palhares.
A maioria das pessoas acredita que o mau hálito tem origem estomacal, mas isto não é verdade. A maioria dos casos de halitose tem origem bucal. A causa mais comum é a diminuição da quantidade de saliva, que favorece a formação de uma placa bacteriana esbranquiçada na parte posterior da língua (saburra lingual). A saburra é formada por restos alimentares e bactérias que se alimentam de células descamadas da boca. Nesse processo, ocorre a liberação de compostos de cheiro desagradável, produzindo mau hálito.

Outro lado curioso apontado pela dentista é o uso de produtos enxaguantes que comprometem o “hálito puro”. De acordo com ela, essas substâncias contêm álcool,  aumentam o ressecamento da mucosa e produzem a descamação das células (que servem de alimento para as bactérias da saburra). “O uso destes produtos pode contribuir para o aumento da halitose”, alerta Jacqueline Palhares.
Diabetes, problemas na gengiva, amigdalite, desvio de septo, alterações hepáticas e renais, adenóide, rinite e prisão de ventre são outras causas do mau hálito.

A cirurgiã dentista Jacqueline Palhares chama a atenção para o fato de que a prevenção e o tratamento da halitose podem evitar outras doenças como a gastrite, amigdalite e pneumonia. À medida que a saburra se forma, ela passa a ser um meio propício à instalação e à proliferação de microorganismos patogênicos, que posteriormente vão se instalar em outros órgãos como as amígdalas, pulmões e estômago. O tratamento da halitose dura aproximadamente três meses.